CORE BIOPSY

Então, fui fazer a core biopsy, o procedimento é feito com anestesia local, indolor .... tá , eu não sinto o menor desconforto com agulhas, então, para alguém que tenha sensibilidade com agulhas, posso assegurar que seria apenas a anestesia que causará alguma sensação de desconforto, mas apenas isso. É utilizado o ultrassom para auxilio e guia do profissional para que uma agulha chegue  até nódulo e remova  pedaços.  Geralmente esse procedimento é repetido por três vezes (3 vezes num único exame),  para que seja o suficiente para a análise do material em laboratório. No dia seguinte do procedimento fica uma sensação desconfortável na mama, mas nada que impeça de realizar as atividades do dia.

Quinze dias após a core biopsy veio o resultado, fiquei com o envelope em mãos por 24 horas sem abrir, aguardando o retorno médico para que o doutor abrisse e me contasse o que estava escrito.

Mesmo meu coração dizendo com certeza o que eu iria ouvir, tem sempre um lado que fica dentro de nós nos fazendo pensar e se não for..... . Bom, chegou a hora de ir  no mastologista e tenho em mente uma frase “ Stressed, depressed but well dressed” (estressada, deprimida, mas, bem vestida) e foi o que fiz, me arrumei, maquiei, arrumei cabelo e lá fui eu saber o que a vida me aguardava.

Quando o mastologista abriu o envelope ele mudou a expressão, deu a sensação que ele ia falar  mas não encontrava as palavras ... me adiantei e disse: Não deu boa coisa, não é , Doutor?  e ele disse, infelizmente não.

Aí veio toda a explicação de que teria que ir para Jaú, que seria muito bem tratada e que era um caso fora dos padrões pois, na minha idade (32 anos) existe, mas é difícil de acontecer.

Saindo do consultório que a ficha começou a cair, comecei a pensar, meu Deus, estou com câncer e agora? Tenho marido, filho, mãe .... O filho ainda é criança, como ira reagir a tudo isso, minhas viagens, meu tratamento, ele ainda depende muito de mim. Minha mãe passar por isso de novo (o câncer venceu a batalha e levou meu pai há 5 anos)... Não conseguia pensar em como me comportar, como digerir tudo isso.

Chorei muito, mas muito mesmo ao ponto de inchar olhos, nariz ficando difícil respirar, não tinha mais lágrimas para sair e eu não conseguia parar de chorar. Não conseguia também falar com as pessoas sobre isso. Queria o momento só para poder pensar, não ter que responder nada.

Esse dia foi a sexta feira, 15 de março de 2013.... ohh dia longo viu. Sábado, não foi diferente, choro, não conseguia falar com minha mãe, pois sabia que a dor dela era muito maior que a minha, sei disso porque sou mãe e a gente prefere que as coisas aconteçam com a gente, mas nunca com um filho e ela já viveu isso como citei acima. Com minha sogra também foi difícil, pois ela já passou por situações delicadas e hoje tem uma  outra pessoa próxima a ela passando pelo mesmo que eu. Então, sabia que essas pessoas que me amam, sofriam tanto ou mais que eu.

Marido ficou sem chão, ele jamais acreditou que o resultado seria de câncer. Mas, como ele sempre foi desde os meus 12 anos (idade que nos conhecemos) parceirão, amigo e como não poderia ser diferente tentando de todas as formas me ajudar.

No domingo, eu tive uma ajuda de grande importância, que contarei no próximo post....